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Aeronave que se tornou símbolo das enchentes de 2024 ganha novo destino em acervo museológico no Rio Grande do Sul

Após operação logística inédita, avião preservado passa a representar memória, resiliência e transformação ambiental no estado

Atualizado em 17/11/2025 às 22:11, por Adriano Moura Buzeli.

A fuselagem de um grande avião de passageiros (provavelmente um Boeing 727 ou similar), sem as asas e a cauda, está sendo transportada em uma carreta tipo prancha baixa de múltiplos eixos. A fuselagem é branca e tem uma faixa amarela horizontal com a inscrição em letras escuras: '# Partiu MUSEU MILITAR em Panambi-RS'. A seção central da aeronave está com um painel aberto, revelando a estrutura interna. Um caminhão de transporte de cor rosa e preto pode ser visto na frente. O transporte ocorre sob um céu azul claro com nuvens brancas, em uma área com solo de terra e cascalho.

Foto: Acervo Museu Militar Brasileiro de Panambi - Fuselagem do Boeing 727-200 a caminho do Museu Militar de Panambi, após operação de remoção no RS.

Tragédias deixam marcas, mas também podem dar origem a processos de reconstrução e ressignificação. A aeronave que se tornou um dos símbolos mais lembrados das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, um Boeing 727-200 que permaneceu ilhado no Aeroporto Salgado Filho, agora inicia uma nova trajetória. Doado ao Museu Militar Brasileiro de Panambi, o avião passa a integrar um esforço institucional de preservação histórica e ambiental, transformando um ícone da destruição em patrimônio cultural.

O destino da aeronave foi definido após uma avaliação técnica concluir que o 727-200 não poderia retornar à operação. A Total Linhas Aéreas, responsável pelo avião, decidiu encaminhá-lo a um acervo público, garantindo sua preservação e relevância histórica.

 

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Foto: cervo Museu Militar Brasileiro de Panambi - Etapas de montagem do Boeing 727-200 no Museu Militar de Panambi, após chegada dos módulos ao local.


 

Quando percebemos que a volta ao serviço não seria possivel, entendemos que havia duas opções: transformar em resíduo ou transformar em memoria. Escolhemos a segunda.

afirma o CEO Paulo Almada



 

Foto: Acervo Museu Militar Brasileiro de Panambi - Seção dianteira do Boeing 727-200 é içada para montagem no Museu Militar de Panambi.


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 A operação de remoção mobilizou uma estrutura logística incomum no estado. Segundo o Museu Militar de Panambi, a aeronave chegou ao local neste mês, após ser transportada em módulos por via rodoviária, devidamente desmontados para permitir o deslocamento terrestre. O Boeing 727-200 agora passa por um processo de montagem e adequação que envolve diversas etapas técnicas, estruturais e museológicas. O museu informa que as obras de infraestrutura, como reforço de piso, organização do espaço expositivo e ajustes internos da fuselagem, já estão em andamento. A previsão é que a visitação ao público seja aberta por volta de meados de 2026, quando a preparação completa da aeronave estiver concluída.

 

Foto: Acervo Museu Militar Brasileiro de Panambi - Comboio com partes do Boeing 727-200 faz parada técnica na rodovia rumo ao Museu Militar de Panambi.

A história do avião acompanha a própria trajetória da Total Linhas Aéreas, que operou o modelo durante anos em rotas de carga e fretamentos. Fundada em 1988 e consolidada como uma das principais empresas do setor, a Total Linhas Aéreas ampliou sua atuação no país atendendo logística postal, transporte corporativo, operações de valores e rotas dedicadas na Amazônia. Com frota composta por ATR-42 e Boeing 727-200 full-cargo, a companhia estruturou manutenção própria e um modelo operacional baseado em eficiência e rigor técnico.

Para a Total Linhas Aéreas, a decisão de doar o 727-200 integra uma política de gestão responsável da frota, com foco na destinação adequada de aeronaves ao final de sua vida operacional e na redução do impacto ambiental decorrente desse processo. Além de evitar o descarte de um equipamento de grande porte, a iniciativa cumpre um papel social ao preservar um marco da história recente do estado e transformá-lo em conhecimento público.
 

Quando uma aeronave encerra seu ciclo, não estamos apenas diante de uma decisão técnica, estamos diante de responsabilidade.

afirma o CEO Paulo Almada


 

Optamos pela doação porque acreditamos que a aviação também tem o dever de devolver algo à sociedade. Doar é permitir que esse avião, que representou tanto naquele momento de dor, agora represente memória, aprendizado e reflexão sobre o que vivemos.

conclui, Paulo Almada



 

Foto: Arquivo pessoalPaulo Almada, CEO da Total Linhas Aéreas.

Paulo Almada reforça que a ação está alinhada à visão de futuro da companhia:
 

Nossa missão é operar com segurança, eficiência e respeito ao meio ambiente. Mas também entendemos que a aviação faz parte da história do país. Quando podemos transformar um capítulo difícil em patrimônio, cumprimos um papel que vai além do transporte, tocamos a vida das pessoas.

finaliza o CEO


 

Ao ser incorporado ao acervo do Museu Militar Brasileiro de Panambi, o Boeing 727-200 deixa o cenário das enchentes para assumir um novo papel: o de preservar um capítulo significativo da história do Rio Grande do Sul. O que antes simbolizava devastação passa a representar reflexão, resiliência e responsabilidade, tanto ambiental quanto cultural.

Fonte: Total Linhas Aéreas

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