IATA destaca prioridades para a segurança e as operações da indústria da aviação
A Associação de Transporte Aéreo Internacional (IATA) destacou três prioridades críticas para a segurança e as operações da aviação na abertura da Conferência Mundial de Segurança e Operações (WSOC, na sigla em inglês), em Xiamen, China. São elas: defender e desenvolver padrões globais, promover uma forte cultura de segurança por meio da liderança e usar dados para melhorar o desempenho em meio a desafios operacionais crescentes.
“O ambiente em que as companhias aéreas operam tornou-se ainda mais complexo com a proliferação de conflitos e fragmentação regulatória. Como resultado, temos visto fechamentos de espaço aéreo, incursões de drones e interferências crescentes no sistema global de navegação por satélite (GNSS, na sigla em inglês), atrapalhando a conectividade, minando a confiança e ameaçando a segurança. Garantir que a aviação continue sendo o meio de transporte mais seguro requer liderança forte, adesão robusta aos padrões globais e uso mais inteligente dos dados. Ao nos concentrarmos nisso — indústria e governo juntos — construiremos um sistema de aviação global mais seguro, resiliente e cada vez mais eficiente, capaz de gerenciar os riscos de hoje e preparado para os de amanhã”, disse Mark Searle, diretor global de segurança da IATA.
Defendendo e promovendo padrões globais
Os padrões globais são essenciais para a segurança da aviação. Os atuais devem ser cumpridos e os futuros devem ser desenvolvidos para melhorar continuamente o desempenho da indústria em termos de segurança. Atualmente, esse foco gira em torno de:
- Abordagem da interferência no GNSS: Os relatos de interferência no GNSS aumentaram mais de 200% entre 2021 e 2024. Nem a falsificação nem a interferência nestes sistemas são aceitáveis. Em conjunto com a EASA, a IATA lançou um Plano de Resiliência do GNSS baseado em quatro prioridades: monitoramento e relatórios, ferramentas de prevenção, infraestrutura de backup e coordenação civil-militar. O próximo passo é a ICAO promover essas soluções por meio de normas globais, orientações e relatórios.
- Proteção do espectro de radiofrequências da aviação: O espectro de radiofrequências essencial para a navegação aérea, definido nas normas globais da ITU, deve ser protegido. A rápida expansão do 5G, e em breve do 6G, está pressionando as alocações da aviação. Em vários mercados, incluindo Austrália, Canadá e Estados Unidos, a implantação do 5G criou riscos de interferência perto de aeroportos e forçou reformas caras. É urgentemente necessária uma coordenação mais forte com os reguladores de telecomunicações e cronogramas realistas para mitigação, juntamente com o desenvolvimento de sistemas de bordo mais resilientes.
- Relatórios oportunos sobre investigações de acidentes: As normas globais do Anexo 13 da Convenção de Chicago definem claramente a necessidade de investigações oportunas sobre acidentes. No entanto, apenas 58% dos acidentes ocorridos entre 2019 e 2023 produziram um relatório final. Os atrasos prejudicam a capacidade do setor de aprender lições vitais de segurança e criam espaço para especulações e desinformação. A IATA continua a lembrar aos governos suas obrigações, ao mesmo tempo em que reconhece os progressos, como os relatórios preliminares prontos emitidos após os recentes acidentes na Índia, Coreia do Sul e Estados Unidos.
Usando dados para aprimorar o desempenho
Os dados estão transformando a segurança da aviação, fornecendo os insights necessários para antecipar riscos e aprimorar o desempenho. Por meio do programa Global Aviation Data Management (GADM), que integra o Flight Data eXchange (FDX), o Incident Data eXchange (IDX) e o Maintenance Cost Data eXchange (MCX), a IATA está possibilitando a tomada de decisões baseadas em dados entre companhias aéreas e reguladores.
As áreas em que os dados estão fazendo a diferença incluem:
- Turbulence Aware: A plataforma Turbulence Aware da IATA compartilha dados em tempo real, permitindo que pilotos e despachantes mitiguem os riscos decorrentes da turbulência durante o voo. A participação na plataforma cresceu 25% no último ano, com 3.200 aeronaves, incluindo Air France, Etihad e SAS, agora compartilhando dados de turbulência em tempo real para aumentar a segurança e a eficiência dos voos.
- Informações preditivas de segurança: O banco de dados SafetyIS, com base em dados de voo de 217 companhias aéreas, permite análises preditivas. Por exemplo, a identificação precoce de um pico nos alertas de prevenção de colisões em um aeroporto da América Latina permitiu uma ação rápida para reduzir os riscos.
- IOSA baseada em risco: O modelo de auditoria IOSA baseado em risco está bem estabelecido no uso de dados para adaptar as auditorias ao perfil operacional de cada companhia aérea. Ele já resultou em mais de 8.000 ações corretivas que estão fortalecendo a segurança.
Promovendo uma forte cultura de segurança por meio da liderança
A liderança é fundamental para uma forte cultura de segurança da aviação, responsável pela criação de um ambiente em que os funcionários se sentem à vontade para levantar questões e têm confiança de que os problemas serão resolvidos de forma rápida e eficaz.
Para reforçar isso, a IATA desenvolveu duas iniciativas importantes:
- Código de Conduta para a Liderança em Segurança: Promovendo oito princípios fundamentais de liderança em segurança, o Código abrange atualmente cerca de 90% do tráfego global, fortalecendo uma cultura baseada em liderança, padrões globais e dados.
- IATA Connect: Reunindo 5.600 usuários de mais de 600 organizações, o IATA Connect permite o acesso à documentação da IOSA, ao Safety Issue Hub e ao Safety Connect, e em breve será expandido para incluir usuários do ISAGO.
Fonte: IATA
Foto: Gerada por I.A
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