Uma homenagem aos que integram, defendem, buscam, salvam e monitoram
Confira matéria especial do Notaer que homenageia o Dia do Aviador e Dia da Força Aérea Brasileira – celebrado no dia 23 de outubro -, que relembra o primeiro voo do avião de Alberto Santos-Dumont, o 14-Bis, realizado em 1906.
Não é só no filme Top Gun que o sonho de “voar” pode se tornar uma realidade. Pilotar uma aeronave supersônica e defender os céus do território brasileiro; transportar um coração que vai ser transplantado e dar uma nova chance de vida a quem já não tinha mais esperança; buscar e resgatar uma pessoa que sofreu um acidente, que passou mal ou que ficou à deriva em uma embarcação. Essas são algumas das ações reais que os militares da Força Aérea Brasileira (FAB) realizam diariamente no exercício da profissão que escolheram para a vida. E é a eles e à Força Aérea Brasileira que a data de 23 de outubro é dedicada, em alusão ao primeiro voo do avião de Alberto Santos-Dumont, o 14-Bis, realizado em 1906, no Campo de Bagatelle, na França.
Formação do Oficial Aviador
É ao longo de quatro anos de formação na Academia da Força Aérea (AFA) que esses Aviadores são preparados, enquanto Cadetes, para a vida na caserna e para o voo. Na AFA, eles são instruídos não só a fazer manobras nas aeronaves T-25 e T-27, mas também a incorporar preceitos básicos como dedicação e comprometimento. É com a teoria e a prática que eles, enfim, ficam aptos para cumprir a missão.
“A Força Aérea vive hoje uma fase de modernização, tendo como símbolos dessa evolução as aeronaves KC-390 Millennium e F-39 Gripen. Assim, é o esforço individual que possibilitará que os Cadetes que estão se formando, com dedicação e paciência, assumam o comando desses novos vetores com o tempo”, destaca o Major Aviador Gustavo Abreu Bastos, piloto de Caça da FAB.
Hoje, com 14 anos de experiência na Aviação de Caça, o Major Bastos lembra bem como foi voar pela primeira vez sozinho na Academia. “A sensação indescritível do primeiro voo solo na aeronave T-25 era renovada cada vez que eu dominava uma aeronave diferente. Todavia, não poderia deixar de mencionar a honrosa experiência de ter cumprido uma missão de combate aéreo, pilotando um F-5”, relembra.
Ao final da árdua formação na AFA, os militares agora Aspirantes a Oficial vão para a cidade de Natal (RN), onde recebem instruções do Programa de Especialização Operacional (PESOP), por um ano, dentro de alguma das Aviações da FAB.
A escolha
Foi o brilho nos olhos, ao observar desde os pequenos monomotores até os grandes aviões de transporte, que deu a certeza a muitos jovens de que essa era a carreira que desejavam seguir. “Como todas as crianças, eu sonhava em um dia poder voar. E hoje, integrando o Esquadrão Falcão, tenho a possibilidade de ajudar a salvar vidas também. Lembro muito bem de uma missão em que resgatamos um pescador que tinha sofrido um AVC e estava a 150 milhas de Macapá (AM). Foi inesquecível!”, relembra o Major Aviador Leir Gomes de Oliveira, piloto de Busca e Salvamento da FAB.
Já para a Tenente Aviadora Jeciane Ribeiro de Lima Victório, da Aviação de Transporte, foram os desafios impostos pela carreira que a fizeram escolher a FAB. “Na época em que me interessei pelo militarismo, comecei a pesquisar, entre as escolas militares das Forças Armadas, aquelas que aceitavam o público feminino. Descobri então a AFA, que abria vaga para o Quadro de Oficiais Aviadores, e achei que seria desafiadora e dinâmica essa carreira”, conta.
Das missões marcantes em sua carreira, a jovem militar destaca uma do ano passado. “Levei os cadetes da AFA para fazer a Instrução de Sobrevivência na Selva no Campo de Provas Brigadeiro Veloso (Cachimbo). Quando eu era Cadete e estava indo fazer essa mesma instrução, fui a bordo de um C-130 Hércules do Esquadrão Gordo. Na época, não imaginava que, sete anos depois, faria parte desse momento com os Cadetes e estaria pilotando o C-130 Hércules como Oficial”, recorda.
Desafios
É essa expectativa, de poder contribuir para o país, que motiva os Cadetes Estevão Verburg Ribas, do 4º ano, e Maria Fernanda Figueiredo de Castro, do 2º ano, a continuarem firmes e fortes na missão de se tornarem pilotos da FAB. “Espero poder contribuir para a FAB e para a população brasileira sendo piloto, ajudando nas mais variadas missões que são realizadas”, diz o Cadete Ribas. “Pretendo me formar e seguir carreira na aviação a que for selecionada, progredindo operacionalmente e me dedicando para fazer o melhor para o meu país”, complementa a Cadete Figueiredo.
Aviações ainda mais operacionais
Transporte mais robusto
O primeiro Airbus A330-200 a ser convertido em avião-tanque sob o Programa KC-30 da FAB foi incorporado ao Esquadrão Corsário no dia 27/07 de 2022. Sua integração à Aviação de Transporte representa um salto operacional na área, pois, com a nova aquisição, a FAB aumenta sua capacidade em ações estratégicas, como reabastecimento em voo, apoio logístico, ações humanitárias e evacuação aeromédica, sejam elas nacionais ou internacionais. Duas aeronaves foram adquiridas em processo licitatório, vencido pela empresa Azul Linhas Aéreas e atuarão com as matrículas FAB 2901 e FAB 2902. Os dois novos aviões, com 59 metros de comprimento cada, serão os maiores já operados pela Força.
Renovação da frota
O Comando da Aeronáutica assinou contrato com a empresa Airbus Helicopters visando a modernização da frota. O acordo assinado, no dia 15/09, pelo Presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), Brigadeiro do Ar Antonio Luiz Godoy Soares Mioni Rodrigues, e pelo Vice-Presidente da Airbus Helicopters América Latina, Alberto Robles, permitirá a aquisição de 12 aeronaves H-125 em substituição às aeronaves H-50 Esquilo, da Aviação de Asas Rotativas. O mesmo contrato também prevê a aquisição de 15 aeronaves do modelo pela Marinha do Brasil (MB).
Mais duas aeronaves F-39 Gripen chegam ao Brasil
No dia 25/09, desembarcaram no Brasil mais duas aeronaves F-39 Gripen. Elas se somam a outros dois caças de produção em série já recebidos no mês de abril. O FAB 4103 e o FAB 4104 chegaram ao porto de Navegantes (SC) em um navio proveniente da Suécia. Durante a madrugada do dia 26/09 foram conduzidos ao aeroporto da cidade, em uma operação que envolveu dezenas de militares da FAB, além de outros órgãos e entidades locais.
As aeronaves passaram por uma série de procedimentos necessários para que pudessem decolar em direção ao Centro de Ensaios em Voo do Gripen (Gripen Flight and Test Centre – GFTC), na planta da Embraer, em Gavião Peixoto (SP). Os trabalhos incluíram a instalação de assento ejetável e de kit sobrevivência, abastecimento e preparo de acionamento em solo.
Em Gavião Peixoto, pilotos de prova da FAB, da Embraer e da Saab executam ensaios em voo até que as aeronaves estejam prontas para receber o certificado militar. O documento é uma espécie de licença inicial de operação. Finalizada essa fase, os caças serão transferidos para a Base Aérea de Anápolis, onde passam pelas etapas finais de entrega e início da operação pelo Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA).
Fonte: Força Aérea Brasileira
Fotos: Sargento Felipe Viegas e Müller Marin / CECOMSAER e Arquivo pessoal
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